A pandemia causou um movimento radical no varejo de casa e construção. De imediato, houve paralisações e retrações no mercado, mas, com a ressignificação que o conceito de lar tomou em nossas vidas, o negócio voltou a se aquecer.
A quarentena e o home office fizeram as pessoas terem um novo olhar para o local onde moram, já que a casa virou um espaço de trabalho, estudo e até mesmo diversão, aliando diversas necessidades de uma hora para outra.
O cenário desencadeou uma nova demanda latentes até então, e, ao perceber isso, o consumidor foi em busca de bens e serviços para renovar a casa em vez de trocar de imóvel.
Como anda o mercado
O levantamento ICEI-Construção, produzido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em julho, mostra que a confiança do empresário no setor de construção imobiliária aumentou 3,7 pontos e registrou 46,3 pontos no mês.
É a terceira alta consecutiva do índice, que está no caminho certo mas ainda mostra cautela no setor nesse momento de retomada.
A preocupação agora é com o custo de materiais, equipamentos e mão de obra, que subiram 0,92% em julho. O motivo? Além da inflação, a alta demanda e falta de produtos e/ou profissionais, resultando em antecipação da demanda, prazos de entrega mais demorados e até mudanças no projeto.
Entre as franquias, aquelas de de casa e construção foram as que mais cresceram no primeiro trimestre do ano: 7,4% versus 7% no setor de franquias em geral. O destaque são as que atuam no segmento de obra civil.
Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que, no mês de junho, duas atividades exibiam patamares de vendas superiores aos níveis pré-pandemia: materiais de construção e móveis & eletrodomésticos.
Por dentro das residências
Quando a pandemia de Covid-19 começou, muita gente precisou ser mais cuidados com o orçamento e abriu mão de alguns planos. Quase seis meses depois, pequenas e grandes obras dentro de casa estão sendo retomadas.
Segundo pesquisa da Archademy, startup de arquitetura de Market Network no Brasil, 50,5% dos pedidos feitos a arquitetos e designers eram para adaptar o lar ao home office. 47,5% envolviam também a adequação para contar com um espaço de convivência da família e 21,5% incluíam ambientes propícios para crianças.
A Anamaco, entidade que representa os comerciantes de Materiais de Construção, apontou que os revestimentos cerâmicos tiveram 68% de aumento na procura, sendo o grupo de produtos que registrou o maior crescimento.
Na sequência estão os materiais básicos, como o cimento, seguidos de itens hidráulicos (49%), pintura (47%) e material elétrico (41%). Ítens mais decorativos, como portas camarão também aparecem, mas em uma segunda etapa.
“O aumento nas vendas de revestimentos e materiais básicos mostra que, de fato, o consumidor está investindo em reformas e não apenas em pequenos reparos”, explica Marcelo Pinezi, Gerente de marketing da Pinezi.
Para equipar suas casas, as pessoas estão investindo em eletrodomésticos que facilitem as tarefas domésticas, como o aspirador de pó, além de itens para o trabalho e o lazer, como notebooks e televisores.
Itens de decoração, que já estão em expansão há dez anos, continuam se destacando. Pesquisa realizada pelo Ebit/Nielsen mostrou que, no primeiro semestre, o setor de cama, mesa, banho e decoração cresceu 23,5%. Em marketplaces, os produtos que mais cresceram em buscas foram almofadas, vasos e quadros.
Dicas para os consumidores
O fim de ano e as estações mais quentes são os favoritos para fazer reformas na casa. Para aproveitar o melhor custo-benefício do mercado, é essencial:
- Ter em mente um objetivo claro e definido em relação ao resultado da obra ou da mudança de decoração.
- Realizar diversos orçamentos. Com a informação nas mãos, dá para encontrar os melhores fornecedores pelo melhor preço.
- Pesquisar descontos e opções de parcelamento no varejo de casa e construção.
- Pequenos reparos podem ser feitos por conta própria. Nem sempre é preciso contar com um profissional para trocar o chuveiro, furar a parede ou pintar a sala.
- Mudar apenas alguns detalhes pode dar à casa uma cara nova sem gastar muito.
- Ficar atento às novidades do mercado. Há profissionais que atendem à distância, produtos similares mais baratos e outras opções que ajudam a baratear a obra.
Agora, que tal aproveitar essas dicas e informações para, quem sabe, deixar seu lar com a sua cara e ainda mais confortável?
Foto: Pixabay
Fonte: HedgeHog – Danilo Israel