Construções precisam de infraestrutura adequada para reserva de água

Cisternas e tubulações devem estar dimensionadas para atender moradores e visitantes.

A existência de tubulações subdimensionadas e cisternas inadequadas para atendimento da população moradora e visitante dos empreendimentos do bairro Meia Praia, em Itapema, dificultou a normalização do abastecimento nestes locais na última semana de 2013 e início de 2014. Os edifícios com estrutura adequada não sofreram interrupção de abastecimento, mesmo nos momentos de baixa pressão da água vinda da rua. Casas com caixas de água pequenas ou sem caixas de reserva e prédios com tubulações e cisternas subdimensionadas para a quantidade de pessoas hospedadas comprometeram o abastecimento interno nos momentos em que a água estava sendo enviada com baixa pressão, afirmou o presidente da Conasa, Mario Marcondes Neto durante entrevista coletiva realizada nesta segunda (6).

O rompimento de uma das duas adutoras da Estação de Tratamento de Água no bairro Morretes, por estarem funcionando com pressão máxima necessária para atendimento de uma população flutuante muito acima do esperado na última semana do ano de 2013 e início de 2014, fez com que o sistema retornasse com o envio da água em baixa pressão. Os empreendimentos com falta de infraestrutura para reserva e envio de água aos imóveis não conseguiram realizar a distribuição interna de água.

Se tivéssemos tido autorização da Prefeitura de Itapema para o término da ligação da nova adutora que levará água da Estação de Tratamento até a Avenida Nereu Ramos, esquina com a Rua 216, não teríamos tido desabastecimento. Esta adutora iria operar como principal distribuidora de água ao bairro Meia Praia, com capacidade de fornecimento de 100 litros por segundo, além dos 200 litros por segundo que o bairro já recebe das duas adutoras em operação, salienta Marcondes.

Somente neste ano, para o tratamento e distribuição da água, a Conasa Águas de Itapema investiu R$ 2.575.697,69 direcionados à instalação da nova adutora para atendimento dos bairro Meia Praia – com diâmetro nominal de 250 mm e 2,4 mil metros de extensão- , anéis de reforço de distribuição de água com redes de diâmetros nominais de 200 mm a 150 mm e extensão de 2,5 mil metros, execução de 11 mil metros de melhorias nas redes de distribuição em várias ruas e duplicação da capacidade de bombeamento da saída de água da Estação de Tratamento do bairro Morretes.

Foram construídas ainda duas pequenas barragens com bombeamento e adução de água bruta para a Estação de Tratamento de Água do bairro Ilhota. O objetivo foi garantir o fornecimento de água bruta na Estação, com possibilidade de uso da capacidade total de tratamento da ETA, além da duplicação da capacidade de armazenamento de água tratada, que passou de 100 mil litros para 200 mil litros de reservação. Este investimento visou ainda minimizar possíveis quedas de pressão e de faltas pontuais de água em Ilhota.

Todo o município de Itapema foi abastecido de água nesta última semana de 2013 e início de 2014. O desabastecimento, que poderia ter sido evitado se a nova adutora tivesse funcionando, só aconteceu em pontos do bairro Meia Praia e foi prolongado devido à falta de infraestrutura dos empreendimentos ou edificações mais antigas que não fizeram reserva de água ou não tinham tubulações dimensionadas para bombear água às unidades habitacionais durante o abastecimento com baixa pressão. O número de pessoas que se hospedaram nas unidades foi outro agravante que fez o consumo de água aumentar significativamente, destaca Marcondes.

Tratamento do esgoto

Os investimentos nas obras de melhorias no sistema de tratamento de esgoto em 2013 somam R$ 5.930.808,52. A Conasa antecipou investimentos para poder adequar a demanda da cidade. Hoje, a companhia já consegue coletar e tratar 65% do esgoto gerado no município.

As obras na Estação de Tratamento de Esgoto do bairro Morretes, iniciadas no mês de junho de 2013 com o objetivo de que a ETE atinja vazão de 275 litros por segundo, incluem a instalação de um tanque de equalização de 3,6 milhões de litros; de uma nova unidade de reator anaeróbico UASB; de uma nova unidade de floculação e decantação; de cinco filtros de alta taxa; e de duas caixas de contato para desinfecção.

Até 2013 a vazão da ETE era de 220 litros por segundo, 46,7% superior à estabelecida como meta pelo contrato de concessão entre a Companhia e o Município. O contrato previa que na virada do ano de 2012 para 2013 a ETE deveria operar com 136,33 litros por segundo. A meta de 220 litros estava prevista para o ano de 2021. Em 2028, ano de término do contrato de concessão, a ETE deveria atingir 265 litros por segundo. Os investimentos de 2013 já superam esta meta. As obras do sistema de esgotamento sanitário incluíram ainda a ampliação de 500 metros de rede coletora de esgoto na Avenida Nereu Ramos, envolvendo os bairros da região central.

Itapema cresceu além do que estava previsto no início da operação da Conasa Águas de Itapema, o que aconteceu justamente porque a infraestrutura da cidade melhorou muito. Em 2004 Itapema não tinha esgoto tratado e a distribuição de água era precária e sem qualidade. Mudamos o cenário nestes nove anos de operação com investimentos que somaram cerca de R$ 90 milhões, e precisamos agora adequar o contrato com a nova demanda do município que tem hoje mais moradores e recebe muito mais turistas durante a temporada de verão. Enquanto a Prefeitura e órgãos da sociedade civil não se propuserem a pensar a construção da infraestrutura que o município precisa para atender adequadamente a sua população, Itapema continuará a ter problemas com a distribuição de água e tratamento do esgoto. Além disso, é urgente pensar a bacia hidrográfica do Rio Perequê entre os municípios que captam água do manancial que são Porto Belo e Bombinhas, além de Itapema. As ações conjuntas podem garantir a sustentabilidade do rio e o atendimento adequado à população, pontua Marcondes.

ASSESSORIA DE IMPRENSA CONASA
CLAUDIA ROMARIZ