NASF realiza ‘Café com Debate’ para dialogar sobre a cultura do estupro

A cultura do estupro foi pauta e ganhou espaço para discussão no encontro do Café com Debate desta quinta-feira (28/07) com o grupo de mulheres criado pelas profissionais de Educação Física Thaís Barcelos e Andressa Alves do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). O debate acontece todo mês, sempre abordando assuntos de ordem social para mulheres de diferentes idades e bairros do município de Itapema. O objetivo especial destes encontros é poder dialogar sobre assuntos enraizados e velados na sociedade. A proposta faz com que as participantes possam ter voz, debatendo e ouvindo opiniões e quando se sentem a vontade podem compartilhar suas vivências.

De uma maneira que as mulheres se sentissem confortáveis para conversar, contar sobre diferentes histórias e interagir, o círculo de conversa fez com que elas compartilhassem suas opiniões sem julgamentos, demonstrando sempre muita empatia em suas falas. O encontro abordou diversas nuances que estão ligadas a cultura do estupro, como uma sociedade machista, problematizando desde a diferente criação entre meninos e meninas, questões do corpo da mulher que até hoje são grandes “tabus” e trazendo ainda soluções de como a cultura pode ser modificada através da teoria e ação. Estes encontros proporcionam a promoção da saúde através de discussões e de acolhida às mulheres, interagindo, criando e fortalecendo laços de amizade e de rede.

É a partir destes diálogos, troca de vivências e aprendizagem de sentir empatia umas pelas outras que a ação estimula a interação das mulheres, colaborando para a desconstrução e problematização de questões ligadas a nossa sociedade.

Para Ilonca Kriger, participante do grupo há 2 anos, os assuntos abordados nos encontros são de extrema importância para a sociedade. “Estes encontros são realmente muito importantes, pois dão a possibilidade da pessoa ficar mais bem informada e, além disso, interagir e criar laços de amizade dentro do grupo. Em relação as pessoas e aos assuntos que são abordados, nós escutamos diferentes histórias de vida e conseguimos ter um olhar com mais empatia sobre as vivências de cada uma, criando novos conceitos” afirmou Ironca Kriger.

A Professora de Educação Física residente do NASF, Thais Barcelos, destacou a importância da participação das integrantes no grupo. “Em nossos Cafés com Debate, todas as participantes do grupo tem voz e vez. Pensamentos contrários podem surgir e, quando surgem são dialogados, podem ser re-significados ou não. Acreditamos que os espaços de convivência na Saúde servem também para ensinar, orientar e precaver as pessoas em relação a assuntos que fazem parte de nosso cotidiano. Sobre a cultura do estupro, esses comportamentos não podem ser interpretados como normais ou naturais. Se é cultural, nós criamos. Se nós criamos, nós podemos mudá-los” afirmou a profissional do NASF.

Ainda segundo Thais Barcelos, a culpa nunca é da vítima. “Culpabilizar a vítima nunca será a solução, além disso, entender quais são os caminhos da rede de apoio a essas vítimas é importantíssimo. Normalmente nossos encontros trazem temas transversais e assuntos que normalmente são vistos como tabus, podemos discutir sexualidade, drogas, violência, preconceito, diversidade cultural, morte sem nos atermos a preconceitos. No próximo mês falaremos sobre o aborto” concluiu Thais Barcelos.

Fonte: Prefeitura Municipal de Itapema