O risco de segunda onda de coronavírus em meio à instabilidade política em SC

O risco de segunda onda de coronavírus em meio à instabilidade política em SC

Coronavírus (Foto: Reprodução, Ministério da Saúde)

O novo aumento do número de casos de Covid-19 na Europa acendeu o alerta em Santa Catarina. O principal fator de risco, no momento, é a falsa sensação de segurança, que faz com que as pessoas relaxem nas medidas de prevenção. As autoridades de saúde já falam na possibilidade de um novo agravamento da pandemia no Estado, nas próximas semanas.

Essa indicação tem feito hospitais privados correrem para garantir medicamentos. A coluna apurou que foram reforçadas, por redes hospitalares no Estado, as compras de remédios que são usados para estabilização e sedação. O objetivo é evitar problemas como o que ocorreu em julho, quando as unidades de saúde enfrentaram falta de medicamentos para intubação no mercado, e alto preço.

O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, admite que há risco de agravamento da pandemia. Ele diz que Santa Catarina enfrentará novos surtos, e credita o relaxamento nos cuidados básicos à crise institucional imposta ao governo.

– Apesar do nosso esforço, há uma rebeldia social. As pessoas não seguem as orientações, e isso também se deve aos questionamentos sobre a legitimidade do governo – avalia.

De fato, a instabilidade política em Santa Catarina interfere na maneira como as pessoas encaram os decretos governamentais. Isso agrava o quadro de uma pandemia que há muito é enfrentada na base de recados trocados e ataques institucionais, nos três níveis de governo.

Diante do período eleitoral, em que a maioria dos prefeitos está ocupada com as campanhas e deixou de lado a fiscalização das medidas de contenção, cabem ao Estado os alertas e a gestão da pandemia. Só que o governo está imerso na maior crise política da história recente de Santa Catarina, sem perspectivas de continuidade.

Os processos de impeachment contra o governador Carlos Moisés e a vice, Daniela Reinehr, que podem resultar em afastamento, indicam a possibilidade de mudanças no comando do Estado nas próximas semanas – justamente nesse período que as autoridades de saúde consideram mais crítico para uma eventual segunda onda.

Essa conjunção de fatores potencializa os riscos da Covid-19 para Santa Catarina.

Foto: Reprodução, Ministério da Saúde
Fonte: NSC TOTAL – Dagmara Spautz – Por Dagmara Spautz