Peixes e siris aparecem mortos no rio Perequê, em Itapema

Moradores e comerciantes da região próxima ao rio Perequê, em Itapema, amanheceram nesta quinta-feira com o mau cheiro impregnado nas narinas. A falta de chuva em grande volume evidenciou o problema do esgoto na cidade, que sofre com as ligações clandestinas, e acabou ocasionando também a mortandade de animais marinhos nos últimos dias.

Siris e peixes amanheceram mortos ao longo de todo o leito do rio nesta quinta. A Fundação Ambiental Área Costeira de Itapema (Faaci) já vinha recebendo denúncias de animais mortos desde a quarta-feira.

De acordo com o presidente da fundação, Leonardo Nunes, ao contrário do que houve no ano passado quando um vazamento causou a morte de cardumes inteiros, a situação desta semana é diferente. Conforme a Faaci apurou, o problema da morte de alguns animais ao longo do rio se deve às ligações de esgoto clandestinas.

Um estudo encomendado pela Águas de Itapema, empresa responsável pelo saneamento na cidade, mostrou que há 73 esgotos de edificações que desembocam clandestinamente no rio. Como não choveu em grande quantidade nos últimos dias, esse problema se evidenciou.

Quando chove há uma troca de água doce com esgoto e isso é minimizado explica Nunes.

Outro fator que agravou a situação crônica do rio é a incapacidade de tratamento de esgoto. Conforme Leonardo, a cidade que tem cerca de 160 mil habitantes está com aproximadamente 400 mil nesta temporada. Além disso, a empresa Águas de Itapema ainda não consegue tratar 80% do esgoto gerado na cidade, como prevê a legislação.

Por causa disso, um plano de expansão da rede está sendo pensado e pode começar a sair do papel neste ano. O Bairro Morretes, por exemplo, é o principal gerador de esgoto clandestino no Perequê.

Isso porque, segundo Nunes, a localidade ainda não tem rede coletora de esgoto. Por causa disso as edificações deveriam ter fossas, mas muitas acabam tendo ligações diretas para o rio.

Para tentar sanar esse problema a curto prazo, a Faaci e a Águas de Itapema pretendem colocar em prática uma operação de fiscalização e notificação das ligações irregulares.

Leonardo Nunes explica que apesar dos transtornos desta semana, os esgotos clandestinos são menos danosos que o vazamento de esgoto em tratamento como já ocorreu. No caso atual não há risco para contaminação do solo, por exemplo.

Peixes aparecem mortos na Praia Central de Navegantes

No fim de semana, o aparecimento de peixes mortos na orla da Praia Central de Navegantes chamou a atenção de moradores e turistas. Os animais começaram a aparecer durante o sábado e ficaram espalhados por cerca de três quilômetros, do molhe até a região do Bairro Meia Praia. Segundo a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Navegantes, o material foi recolhido no domingo. De acordo com o superintendente da fundação, Paulo Mafra, a limpeza e destinação dos peixes precisou ser feita em caráter emergencial já que eles estavam em estado avançado de decomposição.

A poluição atmosférica estava bastante significativa. No momento não tínhamos para onde encaminhar e o deslocamento seria agressivo para o meio-ambiente conta.

Os peixes foram enterrados fora da área de banho em pequenas valas para evitar chorume. Segundo Mafra, a suspeita é que eles tenham chegado até a praia após serem descartados por alguma embarcação pesqueira.

*Colaborou Suellen Rodrigues
Foto: Marcos Porto / Agencia RBS
Fonte: Marjorie Basso* – O SOL DIÁRIO