PIB do Brasil tem queda histórica, mas economia de SC recua menos

PIB do Brasil tem queda histórica, mas economia de SC recua menos

Imagem do Centro de Florianópolis em dia de maior distanciamento social (Foto: Diorgenes Pandini / NSC)

A inimaginável pandemia do novo coronavírus, que colocou mais da metade dos brasileiros para dentro de casa no final de março, derreteu o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre, como era esperado. A taxa de crescimento recuou 9,7% frente ao trimestre anterior e 11,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, ambas maiores da série iniciada em 1996. 

Um leve alento foi o tombo menor do que o esperado da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede investimento e ficou em 15,2%. O PIB de Santa Catarina sai dois anos depois, mas o Índice de Atividade Econômica Regional, apurado pelo Banco Central e considerado uma prévia, mostrou que a economia estadual foi um pouco melhor.

Os dados do PIB nacional no segundo trimestre frente ao primeiro resumem o peso do estrago da pandemia. Até a agropecuária, que não parou no período e cresceu 0,4%, sofreu com os efeitos do isolamento porque diversas atividades que impactam o setor. A indústria teve o maior recuo, -12,3%, e o estrago maior de 17,5% foi no setor de transformação, forte em SC. Os serviços, que reúnem também o comércio, caíram 9,7%.

Do lado da demanda, a queda de 12,5% no consumo familiar não surpreendeu porque pelo menos a metade das famílias fez isolamento e reduziu compras. Mas o recuo de 8,8% no consumo do governo poderia ter sido menor porque poucas atividades públicas pararam. Apesar da pandemia, alguns setores industriais seguiram investindo e a construção não parou totalmente. Por isso a FBCF, que mede a venda de máquinas e equipamentos e o setor de construção, caiu 15,2% enquanto o mercado esperava recuo da ordem de 20%. Esse indicador é importante porque significa investimento e emprego.

Nesse trimestre histórico, pode-se deduzir que a economia catarinense foi melhor do que a do Brasil porque ela vinha num ritmo maior desde a recuperação pós-recessão 2015-2016. Os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) mostram isso. No primeiro mês cheio da pandemia e também o fundo do poço, que foi abril, segundo esse indicador, a economia de SC caiu 5,3% frente ao mês anterior e cresceu 3,5% em maio e 4,8% em junho. O Brasil, nesse mesmo dado, caiu 9,7% em abril, cresceu 1,3% em maio e 4,9% em junho.

Na comparação com os mesmos meses do ano passado, SC teve queda de 12,4% em abril, de 9,3% em maio e de 4,4% em junho. O Brasil teve queda de 13,7% em abril, de 12,8% em maio e de 8,6% em junho.

Outros dados como de arrecadação de impostos e retomada de emprego indicam que o Estado vem crescendo um pouco mais do que o Brasil. Por uma questão de tempo para elaboração da estatística, dos dados do PIB estadual saem dois anos depois. Mas a diversificada e dinâmica economia de SC vai confirmar que, graças a isso, tem um fôlego maior do que a do Brasil, apesar de depender principalmente do mercado nacional.

e 12,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. A economia do Brasil recuou 9,7% frente ao mês anterior e 13,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em maio, SC cresceu 3,5% e em junho 4,8% na comparação com os meses anteriores enquanto o Brasil cresceu 1,3% e 4,9% nesse indicador.

Foto: Diorgenes Pandini / NSC
Fonte: NSC Total – Por Estela Benetti