Rodoviárias de quatro cidades do Litoral Norte de SC sofrem com infraestrutura precária

Rodoviárias de quatro cidades do Litoral Norte de SC sofrem com infraestrutura precária

Terminais de Balneário Piçarras, Itapema, Navegantes e Porto Belo carecem de melhorias.

Mais do que um local de embarque e desembarque de passageiros, as rodoviárias da região podem ser consideradas as portas de entrada para milhares de turistas que viajam de ônibus na temporada de verão. São também um cartão-postal da cidade e responsáveis por dar as primeiras impressões aos visitantes.

Dos seis terminais instalados na região, quatro têm estrutura deficitária: Balneário Piçarras, Navegantes, Itapema e Porto Belo. Nestes locais, os usuários enfrentam problemas como falta de segurança e manutenção das instalações, pouco espaço para espera pelos ônibus, banheiros inadequados, falta de acessibilidade, entre outros. As rodoviárias que possuem as melhores condições para recepcionar os passageiros também têm as tarifas de embarque mais caras, R$ 4,01 em Balneário Camboriú e R$ 5,30 em Itajaí.

Confira qual a situação das rodoviárias da região:

Balneário Camboriú: Quando a reportagem esteve na rodoviária não encontrou problemas visíveis. O espaço estava limpo e havia local adequado para espera. Além disso, há um bom número de estabelecimentos para atender aos turistas.

Balneário Piçarras: Com uma estrutura restrita, a rodoviária de Balneário Piçarras cresceu no entorno de uma agência de viagens, que administra o espaço. A proprietária da empresa, Eliane Welter Lamim, alega que a taxa de embarque de R$ 0,54 é muito baixa e que está buscando apoio do poder público. O local, que também atende a cidade de Penha, tem dois banheiros, uma lanchonete e guichês para compra de passagens. Não oferece espaço adequado para espera e é alvo de críticas dos passageiros pela infraestrutura precária.

Itajaí: O Terminal Rodoviário Internacional de Itajaí (Terri) estava limpo e organizado no dia da visita. Também não foram constatados problemas visíveis na estrutura. Porém, há reclamações de usuários de que o local é pouco seguro e carece de manutenção. A gerente do Terri, Natani Rizzi, explica que a empresa está reforçando a equipe para atender a demanda de turistas, que cresce 30% na temporada. Além disso, há um projeto para a execução de melhorias no terminal e a previsão é de que as obras comecem no fim do verão. Quanto à segurança, Natani alega que a Polícia Militar possui um posto na rodoviária e explica que os funcionários da empresa monitoram e conversam com os andarilhos que circulam pelo local.

Itapema: O terminal de Itapema foi alvo de reclamação dos moradores no ano passado pelas condições precárias, como ferrugem, portas sem vidro, cadeiras antigas, infestação de cupins no balcão de atendimento, plataformas de parada dos ônibus quebradas e taxistas em local improvisado. A prefeitura chegou a pedir a rescisão do contrato de concessão com a empresa Casetex, que detém a concessão. Marlon Toniolo, funcionário que trabalha na rodoviária, informou que foram consertadas goteiras e grades enferrujadas, porém que melhorias de maior impacto dependem do orçamento da empresa e do reajuste da taxa de embarque que é de R$ 2,00. A prefeitura de Itapema não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a situação do contrato.

Navegantes: A rodoviária de Navegantes também possui graves problemas na infraestrutura: há pouco espaço para que os passageiros aguardem a chegada dos ônibus e os usuários reclamam da falta de limpeza e estrutura dos banheiros, que são de responsabilidade do município. A insegurança, os arrombamentos e a presença constante e andarilhos e usuários de drogas preocupam moradores e comerciantes. Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra um grupo trocando agressões dentro do terminal. No local não é cobrada taxa de embarque e os comércios pagam aluguel à colônia de pescadores. A prefeitura prometeu fiscalizar a situação.

Porto Belo: A rodoviária de Porto Belo foi fechada em 2009. Desde então a venda de passagens, embarque e desembarque de passageiros é feita em um posto no Centro. Quando a reportagem esteve no local a estrutura estava limpa, havia alguns bancos para espera de passageiros e uma lanchonete. Porém, o espaço é simples e sem identificação visível. Na quinta-feira, depois de duas licitações sem interessados, a prefeitura assinou o contrato de concessão do novo terminal, que ficará na Rua João Vandelino Guerreiro, bairro Perequê. Alexandre Moreira, sócio da empresa que vai assumir a administração, prevê concluir as obras no fim de março. Conforme o empresário o terminal terá estacionamento coberto para três ônibus, área de circulação com bebedouros, banheiros, acessibilidade, lanchonete, salas comerciais e dois pontos de táxis cobertos num total de 640 m de área construída.

Fotos:Lucas Correia / Agência RBS
O SOL DIÁRIO – Maikeli Alves